MANUSEIO
Os patinhos de um dia, estão sujeitos à
alguns cuidados especiais depois de uma longa viagem, pois não passam de
recém nascidos.
Apesar de muito resistentes e espertos,
devem receber água com açúcar logo que postos sob a campânula. Caso não
se dirijam aos bebedouros imediatamente, pegar alguns com a mão e molhar
o bico, que logo todos farão o mesmo.
A temperatura da campânula deve ser de
32º Centígrados na primeira semana, passando à 25º C. na segunda semana. Nos
locais de clima tropical não há necessidade de aquecedor alem dos quatorze
dias.
ATENÇÃO:
1- Nunca segure os patinhos pelas patas ou asas, faça-o
somente pelo pescoço ou pelo corpo.
2- Nunca deixe os patinhos entrarem na água antes de
vinte e um dias.
NASCIMENTO NO INCUBATÓRIO
ALIMENTAÇÃO
É o fator mais importante para quem deseje criar patos para
engorda e abate. Nossa experiência com esta espécie, depois de experimentar
diversas composições e fórmulas, nos ensinou que para haver um bom desempenho
na criação, é necessário uma boa ração, que na falta de alternativa poderá ser
a ração inicial de pintinhos, de preferência peletizada (com peletes tipo
ração de codornas) ou triturada, evitando-se as rações muito finas, isto até os
primeiros quatorze dias. A partir dai e até os trinta e cinco dias ou quinta
semana, poderá ser administrada a ração comercial de crescimento peletizada, e
dos trinta e cinco até o abate, a ração de engorda, também peletizada.
Se for possível conseguir ração especial ( só se consegue
para grandes quantidades), siga a formulação que segue junto a embalagem
dos patinhos de um dia. Caso não seja possível formular, entre em contato com
um fabricante e solicite ração sem antibióticos, hormônios ou qualquer outro
medicamento.
A ração não deve faltar nos comedouros, que podem ser
de calha ou cilíndricos como os de frango de corte. À cada novo lote limpar bem
os comedouros antes de botar ração limpa. No caso de abate, retirar a ração 8
horas antes, para que estejam com o aparelho digestivo vazio.
Os bebedouros devem ser do tipo automático ou calha com
água corrente, numa altura que não permita ao patinho se banhar, devendo
estar distante no máximo 3 metros dos comedouros, e de preferência junto
à uma das laterais do galpão. Sob a linha de bebedouros, deve haver uma
calha com ralo, para onde a água deva escorrer, deixando o piso seco.
O consumo de ração nas primeiras semanas é muito pequeno
aumentando rapidamente da quinta semana em diante, podendo-se calcular a
taxa de conversão com uma boa ração para o abate em 45 a 50 dias entre 2,4 e
2,5 quilos de ração por quilo de peso vivo, sendo que nesta idade, tanto machos
como fêmeas atingem cerca de 3,3 kg. com diferença de 5% a favor dos machos.
Caso o abate seja postergado para 70 dias, os patos podem ultrapassar os 4Kg.
de peso vivo, porém com uma taxa de conversão menos eficiente. Usa-se esta
modalidade para quando se deseja obter peitos de pato mais pesados.
Com uma boa ração temos conseguido exemplares de 4,5kg de
peso vivo, aos 60 dias.
Outro fator de suma importância na criação é o espaço
requerido pelos patos de Pequim, que como regra geral até a segunda semana,
pode ser o dobro do necessário para pintinhos.
Dai em diante as necessidades mudam, e podemos resumi-las
na tabela abaixo.
DIAS
QUANTIDADE /m2
Até 7
dias
40 unidades
Até 14
dias
15 "
Até 21dias
10
"
Até
28dias
6 "
Até
35dias
5 "
Até
49dias
4
"
De 49 em
diante
3 "
Um modelo bom para criação em nosso clima será o de um
galpão com 10 metros de largura, e comprimento variando de 30 a 200 metros de
acordo com a quantidade de aves que se deseje criar. O pé direito deve ser de
no mínimo 3 metros nas regiões menos quentes e quatro metros nas regiões de
clima quente. Nestas deve ser construído um lanternim na cumeeira para exaustão
do ar quente. A posição do galpão em relação à incidência de raios solares
também deve ser observada, de modo a possibilitar as aves sempre um local de
sombra para se abrigarem pois uma exposição prolongada pode causar sua morte.
O galpão poderá ter a lateral toda telada ou não,
dependendo da região, pois se não houver predadores ou ladrões, basta uma
parede de 70 centímetros de altura para impedir a sua fuga. Também as divisórias
entre lotes, podem ter apenas 50 centímetros de altura, pois será o suficiente
para detê-los facilitando ao tratador o acesso.
O bebedouro em calha ou linha de bebedouros automáticos,
deverá ficar junto a uma das paredes laterais, a uma altura do chão que não
permita a entrada da ave, sendo a linha de comedores paralela a ela, numa
distância que pode variar entre 2 e 3 metros.
O piso do galpão deve ser pavimentado, com caimento para o
lado do bebedouro de cerca de 5% de modo a facilitar a limpeza e o escoamento
da água.
As telhas podem ser de fibrocimento, recomendando-se nas
regiões mais quentes as telhas de cerâmica, por isolarem um pouco mais o calor.
CRIAÇÃO CONFINADA EM GALPÕES VISTA
GALPÕES DE CRIAÇÃO 1 E 2
Existem muitas maneiras de criar patos. Na descrevem-se três
sistemas principais de criação de patos com o objetivos de dar uma idéia sobre
as possibilidades existentes. Na prática os criadores podem adaptar estes três
tipos principais às suas necessidades e situações específicas e aos materiais
disponíveis.
A criação de patos pode-se combinar bem com outras formas
de produção agrícola. A trata de dois sistemas de produção integrada bem
conhecidos: a criação de patos combinada com a cultura do arroz (orizicultura)
e a criação de patos combinada com a piscicultura.
Nestes sistemas as diferentes formas de produção
complementam-se umas às outras e o agricultor obterá uma maior produção e um
maior lucro:
* Utilizam-se
desperdícios e produtos secundários, por exemplo usa se o estrume de pato em
vez de se descurá-lo: nos tanques de piscicultura o mesmo é usado para
fertilizar o tanque o que aumenta a alimentação para os peixes: nos campos
orizícolas os patos alimentam-se de insetos nocivos e caracóis, o que é bom
para o arroz e, simultaneamente, os patos obtêm comida nutritiva.
* Alguns inputs são usados de forma mais eficiente, por
exemplo, o tanque de piscicultura é utilizado tanto para os patos como para os peixes.
Os patos crescem melhor se viverem num tanque.
* O agricultor dilui os riscos. Por exemplo, caso o
rendimento do arroz seja baixo ainda resta a produção de ovos e de carne de
pato.
Sistemas extensivos e intensivos de
Sistema de criação à
solta
Os patos apenas são mantidos encerrados durante a noite. De
dia os patos estão à solta, deambulando livremente fora, à procura de comida. À
noite são encerrados e alimentados. O único que os patos requerem é um espaço
cerrado para pernoitarem e ninhos aonde possam pôr os ovos. Os custos de
construção e de manutenção são menores que num sistema em que se encontram
(semi) encerrados, pois os patos durante o dia estão fora. Um inconveniente é
que é mais difícil controlá-los quando são criados à solta durante o dia.
Contudo, uma vantagem oferecida por este sistema é que os patos podem
satisfazer quase totalmente as suas necessidades de comida.
Sistema de
semi-encerramento:
Os patos são mantidos numa área confinada constituída por
uma capoeira coberta e um sítio onde podem deambular livremente. As vantagens
são as mesmas que num sistema vedado: os patos permanecem no mesmo local, o que
significa que é fácil controlá-los. O espaço livre facilita o acesso à água,
pois poderá pôr-se um tanque nesta área.
Sistema de
encerramento:
Os patos são mantidos durante todo o tempo num alpendre ou
capoeira coberto. Este sistema é usado principalmente quando se procede à criação
intensiva, em grande escala. Possibilita controlar facilmente as aves, sendo
deste modo possível fazer-se uma seleção rápida, caso necessário. O sistema de
encerramento requer um maior investimento que os outros dois sistemas, pois não
só é necessário construir as instalações mas também alimentar os patos durante
todo o tempo. Num sistema de encerramento é difícil de proporcionar acesso a um
tanque de água aonde os patos possam nadar. Ou os patos não poderão nadar ou
então será necessário construir e manter um tanque. É fácil de fornecer um recipiente grande de água,
para que os patos se possam lavar e banhar.
Como escolher o
sistema que se adapta melhor à sua situação específica?
Os seus interesses e possibilidades (financeiras)
determinarão qual o sistema que se coaduna melhor. Recomenda-se começar com um
sistema de semi-encerramento no qual é possível poder controlar os patos e em
que não é necessário depender de muito dinheiro logo desde o início.
Num sistema de criação à solta, poderá perder aves,
principalmente se não tem experiência no ramo, enquanto que num sistema
intensivo de criação de patos os riscos financeiros podem ser muito elevados. Uma
vez que já começou a ter experiência com o sistema de semiencerramento e
conhece o mercado para patos e para os seus ovos poder á decidir expandir o seu
negócio. Também vale a pena considerar combinar a criação de patos com outros
tipos de produção que passamos a descrever.
A integração da
criação de patos com a orizicultura
Tomemos o exemplo da Ásia. Nomeadamente no Sudeste asiático
em que a orizicultura é muito praticada, é freqüente que se combine a criação
de patos com a cultura do arroz. É fácil manter um bando de patos dentro de um
arrozal. Os patos alimentam-se de caracóis, insetos, larvas e ervas daninhas
dentro do arrozal, ajudando desta maneira a combater pragas. Não obstante aonde
se pratica a orizicultura moderna esta forma de criação de patos pode trazer
problemas, pois não haverá muita comida
para os patos onde se utilizam meios químicos para combater os insetos e as
ervas daninhas, além de que os inseticidas e os pesticidas podem envenenar as
aves, por isso:
Caso se utilize produtos químicos (pesticidas, inseticidas)
na orizicultura, não se recomenda a criação de patos dentro desses campos.
A integração da criação de patos com a piscicultura
A criação de patos integra-se muito bem com a piscicultura,
pois beneficiam do tanque: os patos criados na água crescem mais rapidamente que
os que são criados em terra e conservam-se mais limpos e mais saudáveis. Por
sua vez os peixes também beneficiam da presença dos patos; o seu estrume
fertiliza o tanque e provoca o aumenta da alimentação dos peixes (algas).
O manejo da qualidade da água reveste-se de muita
importância. O oxigênio desempenha um papel preponderante na determinação da qualidade
da água. Os peixes necessitam de oxigênio. As plantas aquáticas (especialmente
as algas) produzem oxigênio com a ajuda da luz solar. À noite também utilizam o
oxigênio assim como os microorganismos que provocam a decomposição do estrume.
O estrume dos patos fertiliza as plantas aquáticas e estimula o desenvolvimento
dos micro-organismos. Caso se produza estrume em demasia, as algas crescerão
rapidamente e a água ficará verde escura. As algas utilizarão o oxigênio
durante a noite tal como os micro-organismos que decompõem o estrume. Daí decorre
uma falta de oxigênio e os peixes morrerão.
Pelo que expusemos acima torna-se claro que se deve
controlar de perto a qualidade da água. Esta é uma maneira prática de a testar:
Teste da qualidade
da água
Um teste simples para controlar a qualidade da água é
mergulhar o braço na água até ao cotovelo. Caso ainda consiga ver a sua mão,
não há suficientes algas no tanque que necessita de mais fertilizante. Se puder
ver, mais ou menos, a metade do seu braço abaixo do cotovelo, quer dizer que o
tanque tem algas em quantidade suficiente e que a qualidade da água é boa.
Se quase não puder ver o seu braço, quer dizer que existem
demasiadas algas na água, deverá parar de aplicar fertilizante, será melhor
acrescentar mais água fresca ou arejar a água, remexendo-a.
Os patos quando estão à procura de comida, remexem o fundo
do tanque. Isto diminui a penetração da luz solar nas partes mais profundas de
água o que reduz o crescimento das algas. Se mantiverem os patos só numa metade
do tanque, as algas poderão crescer na outra metade que também fornece
alimentação para os peixes. As margens do tanque devem ser vedadas para impedir
que sejam destruídas pelos patos.
Habitação para os patos
Os patos apenas necessitam de um abrigo para descansar. De
um modo geral, será necessária uma área mínima de 0,5 m2 por pato.
As habitações dos patos podem ser feitas de diversas
maneiras: pode se construir uma pequena “casinha” que fica a flutuar na água ou
construir essa “casinha” sobre estacas na água ou nas margens do tanque. Um
abrigo construído sobre a água deve ter um chão de ripas ou rede por onde o
estrume pode passar. (Ver, também, capítulo 5, habitação). O ideal é se todo o
estrume cair dentro da água. Se fizer uma vedação das margens com arame ou com
rede, e não permitindo que os patos deambulem nas margens, pode assegurar que
todo o estrume fique depositado na água e que as suas margens não ficam danificadas.
A gestão do sistema
A maior parte das espécies de peixes leva aproximadamente 6
meses até atingirem o peso de mercado. Para se assegurar que o fornecimento de
estrume permanece constante, é melhor não criar diferentes espécies de patos
conjuntamente. Quando se procede à colheita do peixe, o tanque ficará vazio e
não é bom acrescentar-lhe estrume. Os patos, nesta altura, deverão passar para
outro lugar. Após um período de quatro ou cinco anos o tanque tem que ser
limpo. Nessa altura o estrume que fica no tanque pode ser retirado e utilizado
para a agricultura ou aplicado no composto. Uma outra maneira de utilizar o
estrume é de cultivar no tanque seco
Escolha das espécies de peixe e números de peixes e de
patos
Os peixes que povoarão o tanque devem ter, pelo menos, 10
cm de comprimento de modo a não serem comidos pelos patos. É difícil dar números
exatos da proporção de peixes e de patos porque tais números dependem de muitos
fatores. Apresentaremos apenas algumas linhas diretrizes. É necessário controlar
de perto o tanque no que concerne à qualidade da água (ver também o início
desta secção). Tem que se experimentar e ajustar os números até encontrar a
combinação que funciona bem na sua situação específica.
As diversas espécies de peixes que podem ser criadas
conjuntamente com patos:
* Carpas
Existem várias espécies de carpas que podem ser criadas
conjuntamente com os patos. A densidade de povoamento é de 45 a 60 peixes por
100 m2. São as seguintes as combinações possíveis de várias espécies de carpa,
por 100 m2:
24
carpa catla 18 catla 9 catla
18
carpa rohu 18 rohu 12 rohu
18 carpa mrigal 12 mrigal 9 mrigal
12 carpa comum 12 comum
9 carpa prateada
9 carpa herbívora
Quando a carpa comum é criada sozinha pode-se atingir uma
densidade
de 200 peixes por 100 m2.
* Tilápia
A densidade de povoamento das tilápias é de 100 ou 200
peixes por 100 m2.
* Peixe-gato
O peixe-gato não é muito sensível ao nível de oxigênio na
água, eles podem respirar o oxigênio do ar assim como na água. Por causa desta
particularidade, a sua densidade pode ser bastante elevada e são menos
sensíveis à quantidade de estrume. É possível atingir uma densidade de 400
peixes por 100 m2.
Número de patos por tanque
Quando se criam tilápias (200 por 100 m2) poder-se-á manter
um máximo de 35 patos por 100 m2. Em relação às carpas e peixes-gato a proporção
é de um máximo de 70-75 patos por 100 m2. O número de patos e de peixe num
tanque depende de muitos e vários fatores. Deverá experimentar, observar de
perto e encontrar a melhor combinação para a sua situação.
Rendimentos
Quando se integra a piscicultura com a criação de patos
podem-se obter rendimentos que vão de 30 a 55 Kg de peixe por 100 m2, por ano. O
rendimento dependerá do número de patos por metro quadrado e das espécies de
peixes a serem criadas.
Habitação
Quando se decide criar patos terá que se pensar de como os
albergar. Os patos necessitam, no mínimo, de um abrigo noturno, porque põem os
seus ovos durante a noite e de manhãzinha (dentro de um período de três horas
depois do nascer do sol). Ao manter os patos fechados durante a noite pode ter
a certeza que porão os seus ovos num espaço cerrado.
Não é necessário fabricar poedouros, mas caso os tiver as
patas terá que usá-los. Uma vantagem destes poedouros é que é fácil de
mantê-los limpos e os ovos que lá são postos ficarão mais limpos e, por isso,
serão mais fáceis de vender.
Abrigo noturno-habitação de pernoita A habitação para a
criação de patos num sistema de exploração de pequena escala não deve requerer
demasiados cuidados ou manutenção. Neste caso será suficiente se previrem
abrigos para a noite e o espaço por pato não será muito grande: um m2 é
suficiente para cinco ou seis patos.
Caso os patos também utilizem o abrigo durante o dia, então
necessitarão de mais espaço, digamos um m2 por cada dois patos. Pode-se utilizar
diversos materiais para fazer o abrigo, bambu, madeira ou rede galinheiro desde
que os buracos sejam pequenos e assim os patos não possam passar por eles.
O abrigo também deve ser bem arejado quando os patos se
mantêm dentro deles. É importante que haja circulação do ar de modo a que os patos
não apanhem doenças das vias respiratórias. As doenças que são disseminadas
através do ar podem ser evitadas caso haja uma boa ventilação. A circulação do
ar dentro do abrigo faz baixar a temperatura e esta não deve ser inferior a
10-15 °C para os patos de Pequim ou 20 °C para os patos almiscarados e outros
patos originários de climas tropicais.
Compartimento
separado destinado à postura
É bastante simples de prever uma área separada destinada à
postura dentro do abrigo noturno. As patas preferem pôr os seus ovos num lugar
escuro e protegido. Os poedouros oferecem às aves um lugar protegido destinado
à postura com a vantagem que é fácil proceder à sua recolha. As patas preferem
pôr os ovos ao nível do chão; portanto quando construir os poedouros,
coloque-os no chão e, de preferência, contra a parede traseira do abrigo. Desta
maneira as patas poderão, sossegadamente, manter-se afastadas do resto do bando
quando estão a pôr os ovos.
Ao construir o poedouro, necessitará de ter um para cada 3
a 6 patas. Um modelo simples consiste em paredes laterais de 30 x 35 cm.
Monte-as a uma distância de 33 cms uma da outra e ligue-as através de uma tábua
com um altura de 15 cm na parte de trás e uma outra com uma altura de 5 cms, na
parte da frente. Coloque palha dentro e limpe-os regularmente.
O pavimento
O tipo de pavimento depende do lugar aonde se irá colocar
os abrigos. Caso o mesmo seja construído sobre a água, o pavimento poderá ser construído
de ripas de madeira ou de bambu. Não é boa idéia utilizar rede galinheira ou
rede de metal na medida em que os patos não sentem que têm muito apoio e podem
aleijar as suas patas. As ripas do chão devem ter 2 cm de espessura e 5 cm de
largura para que sejam suficientemente resistentes. O intervalo entre as ripas
deve ser de 1 cm. Estas aberturas garantirão que haja suficiente arejamento
durante a noite. Uma outra vantagem é que o excremento e a comida vertida caiam
diretamente na água, enquanto os ovos ficarão dentro do abrigo. Tal permite com
que o abrigo se mantenha higiênico e que o tanque, sobre o qual é construído,
seja fertilizado. Se não for possível construir o abrigo em cima do tanque / charco,
o pavimento não necessitará de ter aberturas. Nesse caso será necessário limpar
mais freqüentemente toda a instalação e retirar os excrementos de modo a evitar
que se disseminem doenças.
É muito importante
que a cama dos poedouros e do chão (no caso de ser fechado) se mantenha higiênica.
A cama impede a sujidade e a umidades dos excrementos de formarem uma crosta
fina e compacta sobre o chão e facilita a limpeza dos abrigos. A cama pode ser
feita de palha ou de palha de arroz assim como serradura mas tem que se
certificar que não há tinta na serradura pois tal pode envenenar os patos.
Utilizar serradura não é muito aconselhado num espaço
vedado na medida em que esta se cola no chão e é muito difícil de a limpar. As
camas devem ser substituídas freqüentemente de modo a garantir a higiene,
especialmente nos poedouros. As camas que ficam úmidas e bolorentas, não só
causam doenças nas aves, mas também estragam os ovos, que apodrecem ou não
ficam fecundados. Os patos são muito sensíveis à umidade na cama.
Comedouros
Os patos que são criados à solta ou num sistema de semiencerramento
não necessitam de muito equipamento para os comedouros, sendo suficiente deitar
no chão a quantidade certa de comida, cada noitinha. Caso alimente os patos
quando os mesmo se encontram nos abrigos, à noite, então será necessário usar
recipientes para a comida, de modo a que permaneça limpa e que os patos não a
pisem. Os patos são animais que fazem uma grande porcaria quando comem. Caso
ponha a comida em recipientes é preciso que se possa limpar facilmente a área
em redor. Uma tigela grande com um fundo direito ou um tronco deitado, no qual
foi escavado um buraco, podem perfeitamente servir como comedouro.
Um comedouro como o que é mostrado na Figura também evita que se derrame comida. O rebordo
anti-derramamento evita que os patos deixem derramar uma grande quantidade de
comida.
1,5 kg 2,0 kg 5,0 kk 18,0 kg
Poderá adaptar os tamanhos dos tabuleiros ao tamanho da
ave. Por vezes virão também patos selvagens comer nos comedouros. Para evitar que
haja um desperdício da comida, coloque um telhado baixo sobre os tabuleiros da
comida. Os patos selvagens geralmente não virão comer aí debaixo.
Sistemas de
água potável
Os patos têm necessidade de água dia e noite. Instalando-se
um tanque, ou colocando uma tina com água, poder-se-á resolver o problema do
acesso à água durante o dia. É essencial que os patos tenham acesso a água
potável limpa. As aves jovens que não bebem água suficiente não se desenvolverão
bem e ficarão doentes. As patas adultas que não bebem água suficiente porão
menos ovos. Caso se reagiste uma grande carência de água tal provocará
rapidamente a morte dos patos (e patinhos).
Tal como no caso dos comedouros, também é suficiente encher
bacias pouco fundas, que não entornarão facilmente a água, caso os patos subam
nos seus rebordos. Verifique uma ou duas vezes por dia se as bacias têm água
suficiente e que esta está limpa. A Figura 22 mostra tipos de recipientes de
água em que esta não fica rapidamente suja. É importante que os patos não possam
entrar nos bebedouros, pois tal provoca com que a água se suje rapidamente. Não
obstante, o recipiente que contém a água deve ter uma profundidade suficiente
de modo a que permita que os patos tenham a sua cabeça debaixo de água, de modo
a que possam limpar os olhos. Caso não o façam a sujidade fica colada em volta
dos olhos e, em casos extremos, tal pode até mesmo provocar cegueira. Os patos também
utilizam a água que bebem para limpar os restos de comida que ficam nos seus
bicos.
A importância da água
Os patos são aves aquáticas e necessitam de água para se
reproduzirem e desenvolverem bem. Eles têm que ter acesso a água, quer seja de
um tanque, charco ou poça de água limpa ou apenas uma tina grande com água. Caso não seja possível manter
os patos perto de água durante todo o dia, basta pôr uma tina de água fora de
manhãzinha ou à noitinha para que possam manter-se limpos e, desta maneira, mais
saudáveis.
As necessidades de água para os patos dependem da sua raça.
Os patos de Pequim necessitam de água para manter uma boa temperatura do seu
corpo. Tal não é tão necessário para os patos almiscarados na medida em que
originariamente habitam nas árvores. Algumas raças de patos também necessitam
de estar na água para se acasalarem.
Tenha presente que a água pode ser um veículo de doenças e
de parasitas. Qualquer que seja o recipiente onde a água se encontre – tanque, charco,
poça, tina – os mesmos têm que ser mantidos limpos e higiênicos.
Cuidados diários com os patos
Quando a habitação se encontra bem equipada, quer dizer,
incluindo comedouros, bebedouros e acesso a água para banho, nessa altura poder
á adquirir os patos. Nos capítulos precedentes tratarmos da escolha das raças,
reprodução e criação e cuidados a ter com os patinhos.
Também falamos sobre diversos sistemas de criação e, nesta
altura, já deve ter optado pelo sistema que quererá seguir.
A partir deste capítulo encontrará informação sobre
cuidados sanitários, alimentação / rações e os produtos derivados. Mas,
primeiramente, é necessário ocupar-se do cuidado quotidiano do bando de patos.
A panorâmica de conjunto que a seguir apresentamos fornece
um breve resumo dos cuidados diários com o objetivo de proporcionar uma idéia
do que é necessário empreender.
De manhã
* Pôr os patos fora do abrigo
* Recolher / apanhar os ovos
* Dar água fresca para beber
* Caso não haja um charco, providencie um recipiente com
água fresca para o banho das aves
* Limpar o abrigo e proceder a reparações, caso necessário
* Vender, eventualmente, os ovos
À tarde
* Espalhar palha ou palha de arroz nova, caso a cama se
encontre húmida
* Dar água potável fresca às aves
* Alimentar os patos
* Encerrar os patos para passarem a noite
Tarefa permanente: observe os seus patos para ver como se
alimentam, de modo a evitar-se outros problemas eventuais.
Cuidados sanitários
Cuidados sanitários
em geral
Os cuidados sanitários a serem dispensados aos patos não
requerem muito tempo. Ao contrário do que se passa com as galinhas, os patos têm
menos probabilidades de ficarem doentes e são menos susceptíveis a doenças que
aquelas. Para reconhecer que um pato está doente é preciso saber qual é o
aspecto que o pato tem quando se encontra saudável. No Quadro 2 apresentamos
alguns dos sinais principais que caracterizam as aves saudáveis e as doentes.
Os principais sinais de saúde e de doença de patos
Características:
Patos saudáveis Patos doentes
* Condição geral
primeira impressão cheio de vida apático; excesivam / quieto
* Peso normal muitas vezes leve
* Taxa de crescimento normal demasiada / lento
* Olhos vivos, brilhantes sem energia, baços
* Cloaca (área genital /anal) grande, suave, úmida, rosa
dura, seca, descolorada
* Pele suave, folgada enrugada, seca
Este quadro permite conhecer a aparência dos patos que se
encontram de boa saúde, o seu crescimento, o estado normal dos seus olhos, da sua
cloaca e da sua pele. Um bom método para testar a sua saúde consiste em
observá-los, regularmente, durante um certo tempo, não sendo necessário
agarrá-los um por um para os estudar. Basta para tal observá-los quando
deambulam, durante uns 10 minutos, para ver se os patos parecem estar bem e se
estão a alimentar-se normalmente.
Os cuidados sanitários preventivos
Uma boa higiene e a vacinação dos patos constituem os dois
aspectos essenciais de prevenção das doenças destas aves.
* Uma boa higiene
* A base de uma boa saúde nos patos é, sobretudo, tal como
em relação às galinhas, uma boa higiene. Ao se manter o abrigo e os seus
arredores limpos, reduzirá a probabilidade da eclosão de doenças. E práticas corretas
de higiene também mantêm afastados os parasitas tais como ratos, moscas e
pulgas.
É mais difícil controlar os patos caso estes sejam criados
à solta, pois não se sabe com o que entram em contacto e o que eles comem
exatamente.
Os patos também podem apanhar doenças pelo contacto que têm
com os baldes ou caixas onde subsistem traços de doenças. Também é importante
ter em conta que uma água potável ou comida sujas podem ser transmissoras de
doenças.
Medidas principais
visando uma boa higiene:
* Mantenha o abrigo e as áreas em seu redor o mais limpos
possível.
* Quando remove todo o bando de aves (num sistema de
criação por lotes distintos) após um ciclo de postura ou de engorda, invista tempo
na limpeza do abrigo e desinfete-o. Remova inteiramente a cama velha e
utilize-a para composto. A limpeza regular da cama reduz a probabilidade de
doenças que podem ocorrer no abrigo e contaminar outros patos.
* Controle ainda mais de perto os animais que estão
doentes. Se for possível separe as aves doentes das saudáveis. Isto impede que
a doença se propague para os outros patos ou até mesmo para as galinhas.
* Assim que se registrarem muitos casos de patos doentes ou
se os sintomas de doença se agravam ou se as aves começam a morrer, deverá
tomar medidas para evitar que os patos saudáveis adoeçam.
Os patos mortos têm que ser retirados o mais rapidamente
possível, não apenas porque são um foco de infecção, mas também porque começarão
a apodrecer e atrairão moscas, que são transmissoras de doenças.
As vacinas
Algumas doenças são tão contagiosas, ou tão freqüentes, que
mais vale proteger os animais vacinando-os, sobretudo se encontra numa região
em que os patos abundam. O melhor será pedir informações ao veterinário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário